Há quem acredite que a estagnação é passageira, mas enquanto isso, a solução encontrada pelos empresários do setor para driblar a crise é aumentar os investimentos no exterior
Rio - Este primeiro semestre não foi fácil para a construção civil no Brasil. Juros altos reduziram a procura por financiamentos imobiliários e o corte no Orçamento da União atingiu principalmente as obras de infraestrutura. Há quem acredite que a estagnação é passageira, mas enquanto isso, a solução encontrada pelos empresários do setor para driblar a crise é aumentar os investimentos no exterior.
É o caso da SH, empresa que fornece fôrmas para concreto, andaimes e escoramentos metálicos. Presente em 11 estados do país, a companhia inaugurou recentemente sua primeira filial fora do Brasil, em Bogotá, na Colômbia.
"A SH tem uma atuação abrangente em todo território nacional, mas em virtude da redução do ritmo da construção civil no Brasil faz sentido buscar outros mercados que apresentam perspectivas de curto e médio prazo melhores que a brasileira no momento”, explica Luis Cláudio Monteiro, gerente da fábrica da SH.
Funcionários encontram chance de trabalho fora do país
Para os funcionários, a ida de empresas de construção civil para o exterior pode significar uma oportunidade de trabalhar fora do país. Diretor financeiro da Odebrecht América Latina, Jayme Gomes da Fonseca conta que na fase de instalação da companhia em outros países, boa parte da mão de obra é levada daqui.
“Depois, a gente acaba desenvolvendo engenheiros locais, mas continuamos trabalhando com expatriados brasileiros. Até porque levamos daqui mão de obra qualificada, com tempo de casa, que leva a cultura empreendedora da empresa para fora”, explica o executivo.
Pessimismo cresce no setor
A 63ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, feita pelo sindicato da categoria em São Paulo em maio, mostra que se agravou o pessimismo dos empresários do setor. A perspectiva de desempenho das empresas atingiu o menor nível em quase 16 anos, passando de 37,1 para 35,9 pontos — quedas de 3,2%, na comparação com fevereiro, e de 19,7% em 12 meses.
“As empresas vivenciaram forte crescimento até 2013 e muitas investiram com a perspectiva de que o desenvolvimento fosse mais sustentado. O cenário no curto prazo está deteriorado”, explica o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto. “Soma-se a isso a restrição ao crédito e o aumento da inflação e do desemprego”.
Fonte: Stephanie Tondo, O Dia